sexta-feira, 27 de março de 2015

VIVÊNCIAS
(Março de 2015)

O SABOR DO NADA

LXX

Já não sei que diga
Já não sei que faça
Já não sei onde ir
Se ir ou ficar.

Já não sei quem sou
Onde estou
Sem presente
No presente que sou.

Quando és (meu ) presente
Na minha presença.

Ausente de tudo...
Te olhando
Quando não estás...
Te revendo
Sempre!!!

Te tendo
Quando o dia e a noite se vão
Procurando o invisível...

À procura do tudo
No nada que há-de vir...
Quando vier!!!

Porque?!
Ninguém quer esperar
Ninguém gosta de esperar
Ninguém ama o silêncio
Ninguém gosta de partir
Muito menos desesperar

Ninguém é ninguém
Venha de onde vier
Tem de ser alguém
Importa saber.

Mesmo a contragosto
Dum gosto qualquer
Porque venha de onde vier
Lamentável desgosto

Que cala
Que (E)  nos quer dizer

Mas ninguém gosta de partir
Para quê desesperar
O melhor será sorrir
E ficar mesmo
FICAR!!!

Que o tempo não anda
Mesmo quando desanda
Nas asas dum passarinho qualquer

Que todos os dias assobia
Num prolongado sentimento
Sem saber o que quer
Sem saber que dizer

Mas canta
Mas encanta
E nos espanta

Como aquele malmequer
Todo sorridente ao sol
Na manhã que vier

Pelas minhas mãos apanhado
Pelos meus dedos desflorado
Pela minha boca chamado.

Mal-me-quer
Bem-me-quer
Mal-me-quer

Olha que bonito
É um bem me quer!!!

Já cantava o passarinho
E eu, sem entender!!!

Como o tempo se vai
Há espera dum outro tempo
Quando o tempo... vier!!!

In poemas meus LivII
Lobo mata