terça-feira, 8 de novembro de 2016

Todos menos eu podem esquecer de vir ao blog


VOO DO AÇOR NO AÇOR

Era o tempo de tudo voar
Andando num burburinho
Como se o vento a passar
Se aventurasse sozinho
Por montes e vales andar
Como se fosse doidinho

Era o tempo de tudo voar
Tendo asas ou não
Apenas para lembrar
Que quem voa não tem chão
Nem sequer onde cair
Se não pensar como sair...
Desse voo desesperado
Que o leva bem longe
Sem ser assegurado
O regresso de monge
À terra prometida
Sem alma ou alma perdida.

Era o tempo de voar
Ser açor em pensamento
Antes de alcançar
Tudo num só momento
Viver no Açor a tentação
De ter asas e asar
(Como se fosse maldição
dando fim à maldição)
De quem não as pode parar.

Como pássaro sem ninho
Sem ter onde morar
Procurando carinho
Sem nunca o encontrar!

In poemas meus liv II
Lobo mata
(sorrindo)