sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

PRIMAVERA DO AMOR

As aves voam baixinho
Em tempo de maré alta
Tantas ficam pelo caminho
Muitas ficam em falta
Na primavera seguinte
Sem nela poderem entrar
Não vivendo o requinte
Do seu novo cantar.

Cantadeiras da liberdade
Salvas do naufragar
Por sua simples vontade
E desejos de chegar
De chegar ao fim do caminho
Onde todos querem estar
Mesmo contra o destino
Escrito em pergaminho
Para na História ficar.

Aves do nosso encantamento
Alegrias do nosso pensar
Curandeiras do tormento
Que evitam nosso naufragar
Em tempo de maré cheia
Em tempo de invasão do mar
Deixando prevalecer a ideia
De nada mais haver a alcançar
Nem do amor vivido
Nem do amor de namorar
Mesmo que rendido
Sem nele poder entrar.

Pois se não pode nada
Deixem ao menos prever
A futura alvorada
Que as aves vão trazer
Quando for primavera
Sentindo no seu trinar
Sempre. Sempre ser,
Sempre ser, vontade de amar!

In poemas meusLivII
Lobo mata